InUp Assessoria Contábil

O ano de 2023 trouxe um cenário de negócios em rápida mudança para profissionais e organizações financeiras. Os investimentos anuais de R$ 45 bilhões em tecnologia bancária, surgimento de 1,3 mil startups de finanças e mudanças regulatórias colocaram o setor financeiro no Brasil sob intensa transformação, impactando modelos de negócios, carreiras e hábitos de consumo.

Aplicativos já substituem agências bancárias, as transações financeiras instantâneas praticamente anularam o TED, o DOC, o cheque e até mesmo a moeda física está cada vez mais rara no cotidiano. As opções de produtos e serviços de investimentos tornaram-se mais acessíveis, assim como canais e fontes de informação e de educação financeira.

O ritmo acelerado com que surgem e são adotadas as inovações tornou mais desafiador o exercício de apontar as tendências capazes de dominar o cenário financeiro no Brasil em 2024. As novidades ficaram mais perecíveis porque há inovações sendo criadas sobre os alicerces de outras inovações. 

Como os aprendizados dos anos anteriores vão moldar as tendências deste ano? E como os profissionais e as empresas poderão estar preparados para o sucesso em 2024?

Criptomoedas

Desde a sua introdução, as criptomoedas têm desafiado o status quo financeiro e estão cada vez mais ganhando aceitação e adoção generalizada. Em 2024, espera-se que as criptomoedas se consolidem ainda mais como uma parte essencial do sistema financeiro global. Com o avanço da regulamentação e o aumento da confiança do consumidor, as criptomoedas estão se tornando uma opção viável para transações cotidianas, investimentos e reserva de valor. Além disso, o desenvolvimento contínuo de tecnologias blockchain está permitindo novas aplicações além das transações financeiras, como contratos inteligentes e finanças descentralizadas (DeFi).

Metaverso

O conceito de metaverso, um espaço virtual persistente e em constante evolução onde os usuários podem interagir entre si e com ativos digitais, está se tornando uma realidade cada vez mais tangível neste ano. Empresas de tecnologia e jogos estão investindo pesadamente na construção de metaversos, que têm o potencial de transformar a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos online. No contexto financeiro, o metaverso está criando novas oportunidades de investimento em ativos digitais, como terrenos virtuais, obras de arte digitais e tokens não fungíveis (NFTs). Além disso, o metaverso está redefinindo o comércio eletrônico, permitindo experiências de compra imersivas e personalizadas.

Inteligência Artificial 

A IA continua a ser uma força disruptiva no setor financeiro, impulsionando avanços significativos em áreas como análise de dados, automação de processos e tomada de decisões. Estima-se que a IA seja amplamente integrada em todas as facetas das operações financeiras, desde o atendimento ao cliente até a gestão de investimentos. Os algoritmos de IA estão sendo usados para identificar padrões de mercado, otimizar portfólios e prever tendências financeiras com maior precisão. Além disso, está desempenhando um papel fundamental na detecção e prevenção de fraudes financeiras, protegendo tanto as instituições quanto os consumidores.

Super App vai aumentar concorrência financeira

Uma série de inovações implementadas de forma independente no sistema financeiro brasileiro ao longo dos últimos três anos, como o Open Finance, o método de pagamento instantâneo Pix e a Drex, a moeda digital do Banco Central, vão convergir para um ecossistema de produtos e serviços que poderão ser vendidos e comprados nos super apps, também chamados agregadores financeiros.

É por meio dessas plataformas que instituições financeiras, de fintechs a bancos, vão concorrer para conquistar, atender e fidelizar clientes. Neste novo ambiente de negócios também serão demandadas novas competências e habilidades dos profissionais.

Tokenização em tarefas do dia a dia

A tokenização, tecnologia e processos que transformam um ativo ou direito em uma representação digital, vai acelerar o passo com que vem ocupando espaços nos mercados financeiro e de capitais no Brasil. Os vetores desse novo ritmo são as fintechs, que têm explorado essa tecnologia para acessar mais clientes e novos mercados sem carregar o peso do legado de processos que grandes instituições financeiras têm.

No Brasil, é o Banco Central que vai disciplinar o funcionamento das prestadoras de serviços de ativos virtuais e será responsável pela supervisão das referidas prestadoras. Isso acontece porque esse processo permite a divisão e o compartilhamento de frações de ativos, o que também reduz custos de transação. Essa tecnologia vai permitir que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura.

Investimentos em segurança cibernética reforçada 

O avanço acelerado da economia digital sobre o setor financeiro vai demandar um contínuo incremento dos investimentos em segurança cibernética e em formação de profissionais para que o setor consiga manter os padrões de segurança ante as ameaças também crescentes, afirmam especialistas na área.

Segundo dados do FortiGuard Labs, controlado pela empresa global de segurança cibernética Fortinet, o Brasil já é o segundo país da América Latina que mais sofre ataques cibernéticos, tendo registrado 103,2 bilhões de tentativas em 2022. Segundo dados do Banco Central, fraudes por meios digitais causaram perdas de R$ 2,5 bilhões em 2022.

Por isso, no Brasil, os grupos financeiros que operam no país devem ampliar o volume anual, atualmente em R$ 3 bilhões, dos investimentos em TI com foco em segurança.

Priorizaração das políticas ESG

O interesse por negócios que priorizem políticas e programas ESG (ambiental, social e governança corporativa) vai acelerar no mercado financeiro por causa da maior demanda por investimentos e projetos que sigam essas pautas. Investir com responsabilidade social se tornou uma tendência global, por isso essa tendência também pode estimular a procura por profissionais do setor financeiro que tenham conhecimento no assunto. 

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