InUp Assessoria Contábil

Segundo os indicadores econômicos do Serasa Experian, em setembro de 2022 o Brasil contava com 68,39 milhões de pessoas em situação de inadimplência. 

O atraso de dívidas,  infelizmente, já é algo comum para os consumidores brasileiros, e, segundo o levantamento do Serasa, o número de dívidas com mais de um ano de atraso cresceu pelo segundo ano consecutivo, saindo de 67% dos endividados em 2021 para 71% em 2022. 

Mas como as pequenas empresas e empreendedores lidam com essa situação? Confira no artigo abaixo! 

O que é a inadimplência e suas causas

Visto que inadimplência é o não pagamento das dívidas ou de uma conta, as causas são muitas e distintas. 

Já adiantamos, porém, que é importante não confundir inadimplência com endividamento, pois ambos acontecem em momentos diferentes: enquanto o endividamento pode ser qualquer pagamento futuro assumido no tempo, ou seja,  se comprometer com parcelas e faturas que ainda irão vencer, a inadimplência se refere ao momento em que não conseguimos arcar com esses compromissos.

Simplificando: faturas atrasadas são exemplos de inadimplência, enquanto futuras parcelas no cartão de crédito se enquadram num modelo de endividamento.

Como o mundo ainda sofre com os efeitos da pandemia e do isolamento social, e o número de inadimplentes acaba sendo uma consequência de uma crise também econômica. Mas listamos algumas das principais causas para te ajudar a entender melhor. 

Conheça as causas da inadimplência:

  • Dificuldades financeiras pessoais, que impossibilitam o cumprimento de suas obrigações;
  • desemprego;
  • compras no seu nome efetuadas para terceiros;
  • atraso de salário;
  • má distribuição de renda para despesas;
  • diminuição da renda;
  • doenças;
  • uso do dinheiro em outras compras.

Os perfis dos clientes inadimplentes:

De qualquer forma, é válido lembrar que cada caso é distinto entre si e, igualmente, os clientes se diferenciam quando estão inadimplentes. Identificar o perfil de cada um previamente é essencial para trabalhar seu relacionamento com eles e evitar atritos na hora da cobrança. 

  • Adimplentes: são os clientes que mantém os pagamentos em dia;
  • Desavisados: esse é o grupo de clientes que não pagam os boletos por esquecimento ou por não terem recebido a fatura;
  • Inadimplentes ocasionais: são os clientes que sempre pagam a conta, mas, em crises, como as atuais, acabam atrasando;
  • Inadimplentes: esses são aqueles clientes que sempre atrasam os pagamentos, não importando o cenário mercadológico.

As consequências de uma má gestão de inadimplência para o negócio

A inadimplência, por si só, afeta todos os processos e etapas de uma empresa, gerando um clima organizacional de instabilidade e insegurança, com uma alta taxa de desproteção dos riscos projetados. 

Sabendo disso, você já deve ter pressuposto que a inadimplência não é boa para nenhum dos dois lados: tanto clientes quanto servidores e empresas são prejudicadas com essas situações. Contudo, é da responsabilidade de ambos manejar essa situação da forma mais pacífica o possível. 

Visto que é algo imprevisível de acontecer, por ser uma situação que foge do controle, é importante uma comunicação transparente e o cultivo de um bom relacionamento com o cliente.  Além disso, tenha sempre uma visão geral de cada processo para projeções de riscos e consequências da inadimplência da sua empresa. 

Mas, quais consequências seriam? 

Claro que sempre depende de negócio para negócio, processo para processo… Mas, em linhas gerais, as principais seriam: 

  • Atrito com o cliente;
  • Variação negativa no fluxo de caixa; 
  • Baixo potencial de investimento; 
  • Despesas e gastos inesperados, sem o auxílio de um planejamento financeiro.  

Falando nisso, já tem o seu planejamento financeiro preparado? Aprenda neste artigo como produzir o seu. 

Reduzindo a inadimplência em 5 passos

  1. Analise o que fomenta o fluxo de inadimplência

Se você de fato nos acompanha, sabe que já cansamos de falar sobre planejamento. E assim como nos demais assuntos já discutidos aqui, é importante avaliar a situação atual dos pagamentos e cobranças. 

Entender o porquê da taxa de inadimplência entre os seus clientes estar tão alta, já é um ótimo primeiro passo; igualmente é avaliar a eficácia do seu sistema de pagamentos. 

  1. Tenha uma régua de cobrança bem definida

A régua de cobrança é um roteiro usado pelas empresas para cobrar seus clientes de forma objetiva e igualitária, definindo datas específicas para lembrar os clientes dos pagamentos, informar sobre as faturas atrasadas. 

Como é um sistema que previne de esquecimentos tanto por parte da empresa, quanto por parte dos clientes, para construir essa régua é preciso mapear todos os processos de cobrança dos clientes. 

  1. Aceite os diversos métodos de pagamento 

Geralmente, a falta de opções de pagamento diversificadas ou a inacessibilidade a uma área de pagamento intuitiva e de fácil manuseio podem ser fatores agravantes para a inadimplência. Para isso, busque conhecer e aplicar os métodos de pagamento que façam sentidos na realidade da sua empresa.  

  1. Tenha um bom relacionamento com os clientes 

Não dá para deixar de reforçar a importância de um bom relacionamento. 

Com um bom convívio com os clientes, você gera valor ao seu serviço de forma humanizada, evitando uma má comunicação e estimulando também a retenção dos clientes. 

Mais do que contato direto referente ao produto/serviço de fato, você pode compartilhar conteúdos, recomendações etc. Isso mostrará que você é útil e está disponível para ele.

  1. Saiba como cobrar 

No Artigo 42 do  Código de Defesa ao Consumidor, está previsto que “Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposta a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.”. 

Assim, a vemos que a lei garante igualdade para os dois lados, e mesmo que a empresa esteja no direito de realizar a cobrança, é vital que seja feito de uma forma amigável — considere que parte dos clientes ficará infeliz ao receber tal notícia. 

Adote uma abordagem amigável com o cliente inadimplente e esteja aberto para negociações, evitando com que o consumidor se irrite com a empresa e piores consequências sejam geradas. Não faça do cliente o seu inimigo!

#VamosJuntos

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