Muitos empreendedores nos questionam regularmente o por quê de sempre cobrarmos uma série de documentações dos seus empreendimentos. Como sempre temos que cumprir com as obrigações legais, de repasse de informações e geração de guias de tributos, geramos valor dentro da burocracia, ao explicar e ensinar a importância e o papel de cada ponto das exigências existentes.
Um exemplo da geração de resultados é o balanço patrimonial, obrigação prevista no art. 1.179 do Código Civil Brasileiro de 2002 que além de ser uma obrigação legal, é um instrumento interessantíssimo para entender o avanço financeiro de uma empresa.
Com um balanço patrimonial o gestor do empreendimento terá uma completa noção sobre a saúde financeira da empresa, podendo até projetar cenários futuros. Dessa forma, a tomada de decisão do gestor será fortemente baseada em índices concretos da sua empresa.
O balanço não possui uma forma prevista, entretanto, sempre terá certas características, vejamos:
- Ativos
Geralmente ao lado esquerdo, temos os ATIVOS, que nada mais são que os bens ou direitos da empresa, que de forma bem resumida, são as “coisas boas”, as entradas, o que pode ser exemplificado em valor monetário, podendo ser estoque, saldo de conta bancária, marcas ou patente, ou até valores que ainda não estão na posse da empresa, como valores a ser recebidos dos clientes. Tudo isso compõe o passivo. - Passivos
Já os passivos, opostos ao ativo, são todas as obrigações que a empresa tem de cumprir, as “coisas negativas”, os pagamentos e saídas que devem ser feitas, como fornecedores a pagar, financiamentos a serem pagos ou tributos a serem quitados.
- Circulante
Circulante será o ativo ou passivo que deverá ser cumprido ou quitado durante o presente exercício, ou seja, uma valor a receber ou a pagar até o final do corrente ano.
- Não circulante
Logicamente, o não circulante é o valor (seja ativo ou passivo) que será convertido após o exercício corrente, após o corrente ano.
- Imobilizados
São os valores de bens hoje que a empresa possui, mas não estão disponíveis, estão imobilizados, investidos em certos materiais, como exemplo, valores de carros, equipamentos, maquinários, etc. Nos bens imobilizados calcula-se a desvalorização ao longo do tempo, buscando gerar uma compreensão do perfeito valor desses bens.
- Patrimônio
Segunda a ciência contábil, patrimônio é todo bem, direito e obrigação que pode ser convertido em valores monetários. O patrimônio líquido compreende os recursos próprios da empresa, ou seja: representa a diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo.
Mesma que seja uma obrigação legal, percebemos sua validade em demonstrar segundo uma regra a distribuição de valores no empreendimento, sendo considerado uma das principais ferramentas que a contabilidade gera à administração do empreendimento. fornece à gestão e administração de uma empresa.
O Balanço Patrimonial é exemplificado como “foto do empreendimento em certo período”, visto que representa uma análise financeira de perspectivas distintas.
Conforme já dissemos, não existe um padrão de realização do balanço, entretanto, sempre será apresentado com as características que enumeramos acima.
Um ponto importante de comentário é que empresas do regime de tributação do lucro presumido ou lucro real são obrigadas a apresentar o Balanço Patrimonial pelo Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), por meio da Escrituração Contábil Digital (ECD). As demais, são feitas por vias tradicionais.
Aqueles que possuem o balanço patrimonial como instrumento possuem mais resultados positivos, pois sabemos que o balanço ajuda e muito na administração de riscos, podendo prever dívidas, evitar processos, e até diminuir a carga tributária.
Em suma, o balanço patrimonial é, de maneira direta e quantitativa, uma análise fática e completa como patrimônio da empresa está composto.
Por último, muitos confundem balanço patrimonial com fluxo de caixa, alguns comentando até que o fluxo de caixa já é o suficiente. Sem dúvidas, o fluxo de caixa tem sua importância, justamente por demonstrar a rotina de entradas e saídas de recursos. Entretanto, o fluxo de caixa não considera as obrigações, valores a receber ou a pagar num futuro próximo ou longínquo. O fluxo também não considera a lucratividade, pois não apresenta se a rotina do fluxo de caixa está contribuindo para o aumento ou diminuição de patrimônio. Detalhes esses que o balanço apresenta.
Concluindo, ao empresário as interpretações e insights que essa demonstração pode proporcionar, o contador poderá instruir e dar orientações aos gestores sobre ações que podem ser tomadas para reduzir possíveis problemas ou melhorar a saúde financeira de uma empresa.